Proteção...

Queria te proteger de todo esse medo que sinto que você passa...Te abraçar bem forte, ser o teu escudo, não deixar que nada de ruim aconteça a ti...Ser uma barreira, e me manter forte ao teu lado, dando a força que tu precisa pra seguir em frente. Estar mais perto de você, poder dizer que tudo vai passar, não importa o tempo que demore. De longe, sinto-me um inútil...tenho apenas palavras para protegê-la, mas de nada elas significam, estando assim tão longe...É como tentar combater canhões com uma rosa. Talvez a rosa ganhe, mas ela fica fraca enquanto suas pétalas vão caindo...Assim que eu me sinto: a distância enfraquece as minhas palavras, até elas sumirem...Elas chegam até os seus ouvidos, mas sem força para fazê-la acreditar. Ter você em meus braços, enquanto o mundo acaba, e ter a certeza de que amanhã, um novo dia nascerá para você...Dar a minha vida, em troco de sua vida, que semeará outras mil vidas, assim como semeou a minha. Abriu-me os olhos que durante muito tempo, mantive fechado...segurou a minha mão, que durante muito tempo deixe como punhos cerrados...A tua flor, floresceu, mais cedo do que todos esperavam. A minha flor, talvez esteja apenas procurando um outro jardim, no qual se sinta melhor...Talvez, mais protegida...Eu apenas uso as palavras para proteger alguém que quer, e que pode sair maior do que o mundo...O meu escudo, ainda te protege, pequena flor...Mas nada impede que o vento te leve para dar um passeio...Apenas não deixe suas pétalas cairem...

Acredite...


Chovia naquela noite...os meus passos foram impedidos por um homem que usava um longo casaco, que logo me abordou:
-Sentes frio esta noite, jovem rapaz?
-Um pouco senhor, não esperava essa chuva tão forte...Se me permite, estou com um pouco de pressa!
-Ora, ora...todos com a eterna desculpa da pressa para fugir de mim. Não está me reconhecendo?
-Desculpa, senhor, mas nunca te vi...E se vi, não estou lembrando...Tenho que ir pra casa, minha mulher...- fui interrompido pela voz do senhor...
-Sim, Carlos...a Paula está esperando em casa, e o seu filho, Arthur está dormindo tranquilamente...Talvez até esteja sonhando com meus filhos,os anjos... já que é o que você pede toda noite para seu menino e sua família.
-Seus filhos? Do que o senhor está falando? Olha, eu acho melhor terminar essa conversa por aqui, eu vou indo embora...- virei as costas, e apenas continuei andando pelo corredor que dava em direção a minha casa... O homem simplesmente apareceu novamente a minha frente.
-Espera...como o...- fui interrompido mais uma vez
-Ora, meu filho...há muitas coisas sem explicação...
-Como você sabe o nome de minha família?
-Tu colocas elas em oração...
-Em oração? Eu nem se quer mesmo acredito em...-novamente sua voz me calou
-Mim? Eu sei disso...por isso que estou aqui. Toda a noite, Carlos...eu vejo tu pedir, mas pede em vão, duvidando de tudo...Ora, pois bem: vim mostrar para você que existo, meu filho.
-Isso não é possível...Como que...
-Deus poderia vir visitar alguém tão..."infiel", como tu?...Todas as ovelhas do meu rebanho trato igual. Tu estas perdido...confia em mim, sem confiar, e quando uma ovelha se perde do rebanho, eis que venho, para colocá-la novamente em seu rumo, para poder seguir o teu caminho em paz.
-Está frio...Como que...
-Pode me chamar como quiser, filho...
-Eu não sei como agradecer, meu...Deus...Você não quer entrar em minha casa?
-Obrigado, filho...Mas isso não será possível...Afinal, há tempos que eu já estou dentro dela...A Paz, Carlos...
-A Paz, meu senhor...